Licença para o Porto de Pontal do PR está na mira da PF

Investigações apontam que liberação do empreendimento envolveu propina para políticos e servidores do Ibama

Polêmica desde o anúncio, a construção do Porto de Pontal do Paraná tem um novo capítulo, novamente envolvendo problemas ambientais. Segundo investigações da Polícia Federal (PF), a liberação de instalação do empreendimento bilionário se deu com o pagamento de propina para a concessão das licenças ambientais. Para desvendar o esquema criminoso, a PF realizou, na manhã desta quarta-feira (21), buscas e apreensões em endereços de envolvidos no Paraná, Santa Catarina e São Paulo.

Um deles estaria ligado ao senador Fernando Collor (PROS) e outro ao candidato a prefeito de Pontal, João Carlos Ribeiro (PSC), empresário responsável pelo projeto do Porto.

Cinquenta policiais participam da operação, intitulada ‘O Quinto Ato’. Foram expedidos 12 mandados de busca e apreensão e o bloqueio de valores financeiros de envolvidos nas investigações.

De acordo com a PF, o esquema aconteceu em 2014 e 2015 e envolveu o pagamento de vantagens indevidas a políticos para conseguir, junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a liberação da licença ambiental para a instalação do Porto de Pontal.

A reportagem entrou em contato com a administração do Porto Pontal Paraná e também com o empresário João Carlos Ribeiro e aguarda retorno. O Ibama disse que ainda não tem informações sobre a operação, e quem exatamente ela envolve, para comentar o caso.

O Porto

A polêmica em torno da construção do Porto Pontal Paraná foi tema de uma série de reportagens especiais publicadas pelo Plural. A liberação do empreendimento vem sendo contestada por diversos grupos e ambientalistas.

“Manchetes como esta demonstram que acusações de que ONG’s ambientalistas travam o desenvolvimento são irresponsáveis, levianas e inverídicas. Queremos desenvolvimento sim, mas um desenvolvimento inteligente e dentro dos padrões legais e éticos. A proteção do Meio Ambiente é uma obrigação de todos nós, e isto está lá na Constituição federal”, afirma Giem Guimarães, diretor do Observatório de Conservação e Justiça (OCJ), uma das instituições paranaenses que desaprovam a instalação do Porto em Pontal.

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