Candidatos a prefeito aumentaram patrimônio nos últimos quatro anos

Maior aumento foi de João Guilherme, do Novo, que credita enriquecimento a bom resultado de empresas

A maioria dos candidatos a prefeito de Curitiba engordou seu patrimônio desde 2016. De acordo com o site do TSE, nove dos 15 candidatos à Prefeitura de Curitiba tiveram aumento de patrimônio nos últimos quatro anos. Todos eles são “veteranos” em disputas eleitorais. O maior aumento foi do candidato Dr João Guilherme (Novo), que está encabeçando uma chapa majoritária pela primeira vez na sua carreira política.

Vice na chapa de Ney Leprevost em 2016, o médico declarou que tinha um patrimônio de R$ 3,5 milhões na época. Esse valor aumentou para R$ 13,1 milhões em 2020, representando um crescimento aproximado de 275% nos últimos quatro anos.

Outro salto patrimonial expressivo foi o da candidata Marisa Lobo (Avante), que concorreu a deputada federal em 2018 e, na época, declarou patrimônio de R$ 22,8 mil. Esse valor aumentou para R$ 300 mil em 2020, o que representa um crescimento de aproximadamente 1212%.

Dos nomes que vão concorrer ao comando do Palácio 29 de Março, apenas Professor Mocellin (PV) e Leticia Lanz (PSOL) tiveram queda de valor nos bens declarados à Justiça Eleitoral. Mocellin foi candidato a deputado federal nas eleições 2018. Na ocasião, declarou patrimônio de R$ 2,1 milhões, valor que foi reduzido para R$ 1,9 milhão em 2020 – queda de aproximadamente 9%.

Primeira candidata transgênero à Prefeitura, Leticia Lanz (PSOL) fez sua estreia em eleições no ano de 2014, quando se candidatou a deputada federal. Naquele ano, declarou R$ 112 mil em bens, valor que foi reduzido para R$ 111,5 mil em 2020. A queda no patrimônio foi de aproximadamente 4%.

Confira o ranking completo do (maior patrimônio para o menor):

Candidato/a:Patrimônio eleições 2020:Aumento ou queda:Patrimônio na última eleição que disputou:
Dr João Guilherme (Novo)R$ 13.180.254,49Aumento de ≅ 275%Na eleição de 2016 foi candidato a vice-prefeito na chapa de Ney Leprevost e declarou R$ 3.513.177,28 (Não foi eleito)
Professor Mocellin (PV)R$ 1.957.741,94Queda de ≅ 9%Na eleição de 2018 foi candidato a deputado federal e declarou R$ 2.135.326,87 (Não foi eleito)
Fernando Francischini (PSL)R$ 1.439.040,00Aumento de ≅ 59%Na eleição de 2018 declarou R$ 902.434,48 (Eleito deputado estadual)
João Arruda (MDB)R$ 1.435.920,92Aumento de ≅ 14%Na eleição de 2018 foi candidato a governador e declarou R$ 1.253.355,69 (Não foi eleito)
Rafael Greca (DEM)R$ 864.720,60Aumento de ≅ 50%Na eleição de 2016 foi eleito prefeito de Curitiba e declarou R$ 573.442,75 (Foi eleito)
Eloy Casagrande (Rede)R$ 792.869,53Aumento de ≅ 11,2%Na eleição de 2016 concorreu a vereador e declarou R$ 712.000,00 (Não foi eleito)
Paulo Opuszka (PT)R$ 671.000,00Sua primeira eleição é em 2020
Carol Arns (Podemos)R$ 603.919,66Sua primeira eleição é em 2020
Christiane Yared (PL)R$ 323.615,32Aumento de ≅ 13,1% Na eleição de 2018 concorreu à Câmara Federal e declarou R$ 285.954,79 (Eleita deputada federal)
Professora Samara (PSTU)R$ 316.348,28Sua primeira eleição é em 2020
Marisa Lobo (Avante)R$ 300.000,00Aumento de ≅ 1212%Na eleição de 2018 tentou ser deputada federal e declarou R$ 22.867,65 (Não foi eleita)
Goura (PDT)R$ 130.277,75Aumento de ≅ 252%Na eleição de 2018 concorreu a uma vaga na Assembleia Legislativa e declarou R$ 36.971,16 (Eleito deputado estadual)
Leticia Lanz (PSOL)R$ 111.553,03Queda de ≅ 4%Na eleição de 2014 tentou ser deputada federal e declarou R$ 112.009,00 (Não foi eleita)
Zé Boni (PTC)R$ 41.000,00Aumento de ≅ 36%Na eleição de 2018 tentou virar senador e declarou R$ 30.000,00 (Não foi eleito)
Camila Lanes (PCdoB)Não declarou patrimônioNa eleição de 2018 tentou ser deputada federal e não declarou patrimônio (não foi eleita)
Aumento ou queda de patrimônio dos candidatos à prefeito de Curitiba. Fonte: TSE

Além deles, a eleição também conta com três candidatos novatos São eles: Paulo Opuszka (PT), Professora Samara (PSTU) e Carol Arns (Podemos). A candidata Camila Lanes (PCdoB) está disputando sua segunda eleição, porém não declarou nenhum patrimônio à Justiça Eleitoral.

Todos os documentos enviados por quem vai concorrer à Prefeitura de Curitiba e a Câmara de Vereadores, recebem verificação minuciosa por parte do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR). Se algum problema for encontrado, a candidatura que com irregularidades pode acabar impugnada.

Bom resultado

Questionado pelo Plural sobre o aumento de R$ 9,6 milhões no patrimônio de João Guilherme entre os anos de 2016 e 2020, a assessoria do candidato afirmou que a evolução é fruto da remuneração dele como médico e de aplicações financeiras. Além disso, ressaltou que o representante do Novo é proprietário de um hospital e de outras empresas que tiveram bom resultado neste período de quatro anos. “João Guilherme declarou a integralidade e verdadeiro valor dos bens, assim como todos os candidatos deveriam fazer”, diz a nota.

Para explicar o expressivo aumento percentual de patrimônio, a assessoria da candidata Marisa Lobo enviou uma nota ao Plural. A resposta afirma que “somente em 2020, ela (candidata) terminou de pagar um contrato de gaveta referente aquisição da casa onde mora. Na época da compra, cerca de 15 anos atrás, o valor do imóvel era de 95 mil”.

A manifestação ainda ressalta que no ano de 2020, ” ao término do contrato de gaveta, portanto, quando a casa oficialmente passou a ser dela, o valor foi atualizado para 300 mil. A partir do registro no nome de Marisa, a casa passou a ser declarada como sendo um bem da candidata”, destacou a nota.

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