Associação Comercial recua e manda fechar comércio no Paraná

Após MP sugerir ação criminal contra entidade, presidente da ACP diz para comerciantes não reabrirem as portas e permanecerem em isolamento social

Menos de 24 horas depois de chamar publicamente os comerciantes a reabrirem seus estabelecimentos, o presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Camilo Turmina, voltou atrás. A decisão foi incentivada por uma “recomendação” do Ministério Público do Estado (MP-PR), que sugeriu uma ação criminal contra a entidade, caso o “convite” do presidente não fosse suspenso.

Em uma carta, publicada nesta sexta-feira (10) no site da entidade, o presidente diz que a ACP acata, por ora, a “recomendação administrativa” (sic) do MP. No texto, ele reitera respeito às sugestões de fechamento de atividades não essenciais, mas reforça que sua proposta de reabrir o comércio vinha com uma série de normas para “conciliar a preservação da saúde com o interesse econômico”.

Turmina ainda fundamenta seu convite anterior com um Boletim do Ministério da Saúde, que fala em distanciamento social, no qual apenas alguns grupos ficam isolados. A seguir, chama o MP para um debate. “Não podemos fechar os olhos, temos que planejar o dia do amanhã, concomitante com a análise para implementação de políticas de biossegurança, na preservação das vidas, o que mais nos é sagrado.”

E desdiz o que disse ontem (9). “Desta forma, nos manifestamos para que nossos associados e comerciantes em geral permaneçam em isolamento social e não reabram seus estabelecimentos a partir da próxima segunda-feira, dia 13 de abril.”

Ao final, o presidente da ACP pede que as autoridades expliquem, de forma clara e de acordo com a legislação, quais são os segmentos do comércio que estão proibidos de funcionar. “Nossos associados, em sua maioria, desconhecem se há uma simples recomendação de fechamento de seus estabelecimentos, ou se devem fazê-lo, efetivamente, por força de ato legal.”

Confira aqui a carta da ACP na íntegra.

Curitiba

A Prefeitura de Curitiba reforçou que o momento é de isolamento social responsável, sendo que a análise e eventuais mudanças de conduta são permanentemente avaliadas pelo Comitê de Técnica e Ética Médica do Município.

A medida prevista no decreto municipal 470/20, de 26 de março, foi reforçada pela Prefeitura, que mantém a recomendação de que apenas o comércio essencial seja mantido aberto.

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