Funcionários do Hospital de Clínicas entram em greve contra demissões

Trabalhadores pedem ampliação do prazo das demissões, cronograma de trabalho e garantias

Cerca de 200 trabalhadores do Hospital de Clínicas (HC) iniciaram, nesta segunda-feira (11), greve por tempo indeterminado em defesa dos empregos dos mais de 500 funcionários contratados pela Fundação de Apoio à Universidade Federal do Paraná (Funpar).

Segundo o acordo firmado entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Funpar e o Ministério Público do Trabalho (MPT-PR) em 2014, todos os funcionários da fundação lotados no HC deveriam ser desligados, de forma gradativa, até o dia 24 de novembro de 2019. Além do prazo de cinco anos, o acordo determinou que as novas contratações seriam reguladas pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), extinguindo as fundações. As demissões dependiam da liberação dos recursos, pelo Ministério da Educação (MEC), para pagamento das verbas rescisórias.

Com a aproximação da data limite e a liberação de parte da verba, aumenta o clima de tensão e incerteza entre os profissionais. “Sabemos que existe um processo de pressão externa da negociação que foi feita na ação civil pública”, diz Daniel Mittelbach, coordenador geral do Sinditest-PR e assistente em administração da UFPR, “porém, havia defesa por parte do Hospital e da Reitoria da Universidade da importância da manutenção desses trabalhadores nas funções que exercem há mais de 30 anos dentro do HC”.

Segundo Daniel, a direção do HC e a Reitoria da UFPR mudaram o discurso nos últimos meses, alegando que os trabalhadores não fariam falta e que seria possível fazer a demissão dos mais de 500 funcionários sem prejudicar o serviço do Hospital. “Nós sabemos, acompanhando o dia a dia do HC, que isso não é verdade. A greve dos trabalhadores é, num primeiro momento, justamente pra demonstrar a falta que os trabalhadores fazem. É também uma forma de protesto contra a própria Ebserh, que já sinalizou, inclusive com documentos, a intenção de substituir os funcionários da Funpar por terceirizados.”

Na próxima terça-feira (12), às 10h, os grevistas realizam manifestação em frente à reitoria da UFPR e seguem em marcha pelas ruas do centro da cidade a fim de esclarecer a situação à população. A paralisação se mantém até que haja sinalização de ampliação do prazo, cronograma de trabalho ou garantias para os trabalhadores.

“As pessoas precisam se preparar pra enfrentar esse tipo de situação”, alerta o coordenador geral. “Colocar 500 pessoas na rua do dia pra noite gera, inclusive, um caos dentro do hospital. Isso não é bom pra ninguém. Nem para os funcionários, nem para a saúde pública do estado. Os trabalhadores em greve defendem um hospital que tenha condições de prestar um serviço cada vez melhor para população, sem a precarização da sua mão de obra.”

Colaborou Rafaela Moura.

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