Pegaí Leitura Grátis entre os cinco finalistas do Prêmio Jabuti

Projeto que arrecada seis mil livros por mês para garantir leitura gratuita está em 14 cidades

O Pegaí Leitura Grátis, iniciativa do Instituto de mesmo nome, com sede em Ponta Grossa, no Paraná, está entre os cinco finalistas do Prêmio Jabuti. O projeto, criado há seis anos e presente em 14 cidades do Estado, foi selecionado na categoria Fomento à Leitura, no eixo Inovação em Fomento à Leitura, na  61a edição do prêmio literário mais renomado do país, promovido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL).

“Aproximar livros sem leitores de leitores sem livros” é o lema do projeto, iniciativa não governamental, sem fins lucrativos, que tem como objetivo incentivar o hábito da leitura, disponibilizando livros em locais de acesso público. A proposta é mantida por um grupo de voluntários, empresas e entidades parceiras, que acredita que livros têm que circular e chegar aos leitores.

Os livros são doados pela comunidade, por editoras e autores; podem ser adquiridos pelo projeto a preços baixos, ou, então, impressos especificamente para  disponibilização pelo Pegaí. Uma vez com os voluntários, que já somam mais de uma centena, as obras são separadas, registradas e, então, disponibilizados nas estantes do projeto. Qualquer interessado pode emprestar, sem necessidade de cadastro. “Basta encontrar uma estante Pegaí, escolher o título, levar para casa, ler no seu tempo e devolver nos pontos de coleta”, explica o coordenador da iniciativa, Idomar Augusto Cerutti, professor universitário que deu vida à ideia em 2013, após perceber que havia algo de errado no fato de haver tantos livros parados nas estantes de muita gente e muitas e muitas pessoas carentes de livros e de acesso a boas histórias.

De lá pra cá, a iniciativa cresceu. De uma média de 1,6 mil livros arrecadados por mês, no início, hoje o projeto arrecada mais de 6 mil livros por mês. Com a necessidade de formalizar a proposta, foi criado o Instituto Pegaí Leitura Grátis, que agregou possibilidades, como a impressão de livros (em domínio público ou com autorização de seus autores), a baixo custo, para disponibilização nas estantes do projeto e parcerias com o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), implantando estantes de leitura dentro de ambientes prisionais e criando o Hospital de Livros, na Penitenciária Estadual de Ponta Grossa (PEPG). Lá, os apenados, após recebida a devida capacitação por profissionais da restauração, resgatam obras avariadas para que possam continuar sendo lidas. A missão do Hospital de Livros é “dar nova oportunidade para livros e pessoas”. Os apenados aprendem uma profissão e se aproximam do universo dos livros e da leitura, e seu trabalho auxilia na remissão de pena: a cada três dias trabalhando com a restauração, um dia é descontado do tempo de pena.

Bibioteca do projeto. Foto: Jaqueline Conte.

Cerutti conta que inscreveu o Pegaí Leitura Grátis no Prêmio Jabuti como forma de dar maior visibilidade ao trabalho e de aumentar o acervo, o que já vem acontecendo, após a divulgação dos finalistas. “Estar entre os dez finalistas de todo o país já estava de bom tamanho, mas a surpresa de chegar entre os cinco foi grande. Escritores e editoras já estão nos parabenizando e enviando mais livros para doação”, conta. Ele afirma que a proposta do Pegaí é possível de replicar por todo o país: “Estamos, inclusive, estudando modelos de franquias sociais para expandir mais ainda”, conta.

Confira os cinco finalistas do Jabuti na categoria Fomento à Leitura:

·       Caixa de cultura – Responsável: Rosana Firmino de Araújo Gutierrez – Serviço Social da Indústria – SESI-SP
·       Leia para uma criança – Responsável: Dianne Cristine Rodrigues Melo – Itaú Social
·       Pegaí leitura grátis – Responsável: Idomar Augusto Cerutti – Instituto Pegai Leitura Grátis
·       Projeto BiblioSesc – Responsável: Sesc São Paulo – Edições Sesc SP
·       Rede LiteraSampa – Responsável: Mara Esteves Costa 

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