FAP cancela aulas por suspeita de sarampo

Oito estudantes de Cinema podem estar com a doença

O número de pessoas infectadas pelo vírus do sarampo no Paraná cresce a cada semana. Curitiba registra seis dos nove casos confirmados até dia 10 de setembro pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa). Entre os suspeitos de contrair a doença estão oito estudantes da Faculdade de Artes do Paraná (FAP). Por medida de precaução, a universidade suspendeu as aulas para o curso de Cinema e Audiovisual nesta segunda (16) e terça-feira (17). Os alunos só devem retornar na outra semana ao prédio onde acontecem as aulas, no Boqueirão.

“Temos o Seminário Nacional de Cinema, de quarta a sexta, e as atividades serão em outros locais. Por isso, só voltam as aulas na segunda-feira”, explica a diretora da FAP, Salete Machado Sirino. “Os projetos de extensão não estavam sendo realizados nesta semana, então não precisou paralisar.”

A diretora do Campus II, de Curitiba, conta que a mobilização dos estudantes por causa de um possível surto da doença começou no domingo à noite, quando vários relatos chegaram aos professores, indicando sintomas relacionados à infecção: febre, tosse, nariz congestionado ou escorrendo e um enorme mal-estar. “Imediatamente entramos em contato com a Sesa para verificar as ações que tínhamos que adotar. Os alunos estão fazendo os exames para confirmação, mas a suspeita pede medidas para evitar uma possível proliferação da doença.”

Os casos estão sendo investigados pela Sesa. Em análise, são 98 no Paraná. As confirmações se dão por exames laboratoriais, após cinco dias da coleta de sangue. Todos os 240 estudantes do campus da universidade foram orientados sobre a importância da vacinação. “Aos que ainda não fizeram, devem proceder o quanto antes com a vacina.”

As turmas têm aulas no bairro Boqueirão, no Centro de Excelência em Tecnologia Educacional do Paraná (Cetepar), que cede dois prédios para a FAP. No lugar, também funcionam alguns Núcleos da Secretaria Estadual de Educação (Seed).

Prédio onde acontecem as aulas de Cinema. Foto: FAP

Números da doença

De 16 de junho a 7 de setembro de 2019, o Ministério da Saúde confirmou 3.339 casos de sarampo. O número representa 13% das suspeitas, que foram 24.011 no período. Ainda aguardam o resultado dos exames, 17.713 pessoas em todo país.

O estado que possui mais infectados é, disparado, São Paulo (3.254), seguido por Rio de Janeiro (18), Minas Gerais (13), Pernambuco (13), Santa Catarina (12), Paraná (9) e Rio Grande do Sul (7).

Os principais atingidos pela doença no país são os jovens entre 20 e 29 anos. Eles representam quatro dos nove casos do Paraná. No estado, são seis casos em Curitiba, um em Campina Grande do Sul, um em Rolândia e outro em Jacarezinho. Destes, dois foram confirmados na Capital na última semana. Houve 125 suspeitas de sarampo no Paraná entre os dias 4 e 10 de setembro. Destas, 98 foram investigadas e 18 descartadas.

O Sarampo

A doença – que há 20 anos não era diagnosticada no Paraná – é infecciosa, contagiosa e grave, causada por um vírus. A transmissão se dá pelas vias aéreas, pela tosse, fala, espirro ou respiração muito próxima. Os sintomas mais frequentes são: febre, tosse, irritação nos olhos, nariz congestionado ou escorrendo e mal-estar intenso.

Após três ou cinco dias à contaminação, surgem manchas avermelhadas no rosto e atrás da orelha, que se espalham rapidamente pelo corpo. Se a febre persistir após o aparecimento das machas, fique alerta, especialmente em crianças menores de 5 anos. O vírus do sarampo pode levar a complicações como encefalite, meningite e pneumonia.

A volta

O primeiro caso de 2019 no Paraná foi registrado em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. Na Capital, a confirmação veio em 20 de agosto. Menos de um mês depois, já são seis pessoas infectadas.

De 29 de agosto até 4 de setembro, foram sete registros da doença no estado. De 4 a 10 deste mês, mais dois, totalizando nove pacientes contaminados. Destes, oito contraíram o vírus em São Paulo e um em Santa Catarina. Os dados foram divulgados no último boletim epidemiológico da Sesa.

Vacina é única forma de se prevenir. Foto: Luiz Costa /SMCS

Prevenção

Pessoas com sarampo devem ficar isoladas por sete dias. Cuidados com a higiene ajudam o controlar o contágio e a evolução da doença, porém, ela não tem cura. Medicamentos são utilizados apenas para amenizar os sintomas.  

A única forma de prevenção ao sarampo é a vacina. A Sesa orienta que todas as crianças entre seis e doze meses recebam uma dose extra da Tríplice Viral, com reforço aos 15 meses. De um a 29 anos, e para os profissionais de saúde, são necessárias duas doses da vacina. De 30 a 49 anos, apenas uma é suficiente. Gestante e menores de seis meses não podem receber a dose de prevenção.

Os pacientes ficam imunizados após duas semanas. Quem já teve a doença não corre risco de ter novamente e aqueles que desejam viajar para localidades em surto também devem se imunizar. Para quem não lembra se recebeu a dose anteriormente, a orientação é se vacinar, já que não há risco na repetição.

Todas as Unidades Básicas de Saúde do Paraná oferecem gratuitamente a vacina contra o sarampo.

Sobre o/a autor/a

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima