Reinaldo Celestino Teixeira, de 58 anos, vive há 50 anos na Vila Torres, em Curitiba. Ele é catador de recicláveis e mantém os materiais alocados em frente a um imóvel na Rua Josefina Zanier, bem perto do Rio Belém.
De acordo com a Associação de Moradores da Vila Torres há trechos que apresentam risco de desmoronamento e, quando chove, há registros de enchentes que prejudicam os catadores. “Eu nunca perdi nada aqui, mas ali do outro lado já vi muita gente perder material [reciclável]”, revela Teixeira.
Em outra localidade do bairro, perto da trincheira da Rua Chile, Solange da Silva também reclama da infraestrutura. O risco de desmoronamento causa apreensão aos moradores. Há dois anos, segundo eles, foram colocados palanques para evitar que a terra descesse mais, no entanto muitos deles já caíram e a terra já baixou cerca de um metro.
“Aqui piora quando chove, porque tem muito morador de rua que faz as necessidades ali, aí desce tudo aqui para frente de casa”, reclama Solange.
Mais adiante, no Córrego do Aviário, há muitos terrenos nos quais os muros estão caindo. Isso acontece porque as margens do rio também têm risco de desmoronamento. Com medo de que o alargamento da margem chegasse mais perto de casa, Manoel Moreira de Souza, de 66 anos, providenciou o aterramento do local por si próprio.
“Eu peguei resto de outras construções que o pessoal fez aí e fiz sozinho para garantir”, explica. A casa dele fica na Rua Manoel Severiano da Fonseca, onde mora com a família desde 2015.
Mobilização
De acordo com a Associação de Moradores da Vila Torres no último dia 13 a prefeitura recebeu um ofício falando da situação da trincheira da Rua Chile, e, além disso, todos os demais problemas já foram comunicados à prefeitura de Curitiba. No entanto, até agora, não houve respostas sobre quando as adequações serão feitas.
As demandas são apresentadas durante as reuniões da associação – que ficaram menos frequentes por conta da pandemia – mas continuam acontecendo. A expectativa é de que no próximo encontro – que ocorre mês que vem – os moradores já tenham respostas sobre os problemas de infraestrutura.
Em nota enviada ao Plural, a Secretaria de Obras informou que “está providenciando um estudo para contenção de talude e posterior contratação de obra”.
Além disso, a pasta mencionou que “quanto aos desmoronamentos nas margens do rio Belém, informamos que o Departamento de Pontes e Drenagem encaminhará a fiscalização no local para verificação da real situação”.
Ainda segundo a prefeitura, uma equipe deve vistoriar a área nos próximos dias e, finalizando a nota, a assessoria disse que “cabe lembrar, ainda, que a prefeitura mantém um programa chamado Amigo dos Rios, pela Secretaria do Meio Ambiente, que tem como prioridade a recuperação do Rio Belém. Entre as suas atribuições está a recomposição da vegetação ciliar, o que auxilia na prevenção a erosões”.
acompanhamos essa semana a situação com os moradores e adivinha: nada mudou. Seguimos cobrando providências!