Aguinaldo Cavalheiro de Almeida era professor de filosofia e conhecido como Guiga. Frequentador assíduo do café do Cine Passeio, era fã de música clássica e leitor voraz de György Lukács. O educador era sobretudo, um amante da ágora curitibana.
“Ele amava a polis, a ágora. Gostava do debate, da filosofia, de conversar com as pessoas na rua. A melhor palavra para definir o Guiga é sensibilidade. Ele era um filósofo que levada suas ideias para o campo prático, um defensor da educação pública”, relembra o amigo e também professor Wilson José Vieira.
Das salas do Instituto Paranaense de Ensino e do Colégio Estadual do Paraná, Guiga era admirado por estudantes e colegas de trabalho.
Nas ruas, era membro ativo de manifestações e atividades da categoria. Um homem que veio a Curitiba para expandir seus conhecimentos. “E infelizmente encontrou a violência [choro], desculpe. Como alguém pôde fazer isso com ele? Um homem pacato, que nunca levantou a voz para ninguém?”.
Guiga foi socorrido após uma agressão ocorrida no Centro Cívico – embora as primeiras informações apontavam que o crime havia sido praticado no Largo da Ordem.
Ele foi brutalmente agredido em 12 de março, sobretudo no crânio, e sua bicicleta foi roubada.
A mesma bicicleta que era usada para desbravar as ruas de Curitiba. Entre o trabalho, o lazer e a militância, Guiga deixa uma legião de amigos. Um deles é o professor Augusto Martins.
Aguinaldo faleceu, aos 48 anos, na madrugada desta quarta-feira (25), no hospital Cajuru, em Curitiba. O velório e sepultamento do corpo do professor Guiga será em Maracaju, no Mato Grosso do Sul, de acordo com a mãe, que ficou ao lado do filho desde o internamento até agora.
“Eu estou desesperada, mas vou levar ele para casa”, disse Maria Luiza Cavalheiro de Almeida.
Redes sociais
Amigos usaram as redes sociais para deixar mensagens de apoio à dona Maria Luiza e homenagear o professor Guiga.
“Sentirei saudades dos nossos cafés, amigo”, publicou Giselle Pavani.
“Que Deus conforte a todos os familiares e amigos”, escreveu Rosa Torrente.
Também por meio das redes sociais, o sindicato dos professores publicou uma mensagem de luto. “A APP-Sindicato exige justiça e deseja força a todos que lhe eram próximos (as). Guiga presente!”
Nesta manhã, alunos e colegas de trabalho realizaram um momento de silêncio em memória do educador, no Instituto de Educação.
A Polícia Civil (PC) informou que continua investigando o caso.
Muito triste, o mestre que foi covardamente massacrado por quem sempre defendeu.