O marketplace é um dos jargões da moda no universo das startups e, na prática, não é nada além de um shopping virtual. Basicamente, trata-se de um intermediário entre vendedores e compradores em uma plataforma online. Em um mercado no qual já existem concorrentes como Magazine Luiza, Americanas, Amazon, Casas Bahia, Extra, Ponto Frio, Submarino, Madeira Madeira, Mercado Livre e Shopee, entre outros, o que poderia ser um diferencial? A Sambay Express aposta pelo apoio à arte local, por ser 100% nacional e pela facilidade, com ferramentas simples de operação para quem compra e para quem vende, de artesãos a atacadistas.
Tudo começou com uma mistura de patriotismo, responsabilidade social e um faro para os negócios. João Luís Vieira Teixeira veio de uma família da área jurídica, mas sempre levou jeito para o comércio. Em criança, confeccionava brinquedos a partir de materiais que encontrava, levava para a escola e trocava com os colegas por bolinha de gude, lanche ou bala. “Sempre gostei desse tipo de confusão. E depois parti pro comércio eletrônico, quando surgiram os sites de leilão no Brasil”, conta o idealizador e CEO da Sambay.
É do Brasil
A ideia de lançar um portal de vendas à moda do americano Ebay e do argentino Mercado Livre veio da observação de que a maior parte dos portais de vendas no Brasil é estrangeira ou de nichos específicos. João Luís queria um marketplace que vendesse mesmo de tudo e que fosse brasileiro, acessível e diverso. Enquanto a concorrência cobra entre 11 e 20% de comissão, além de uma taxa fixa, a Sambay entra no mercado com 9% de comissão e anúncios grátis ilimitados.
“Cobramos apenas 9% para justamente atrair o pessoal que está migrando para o comércio eletrônico ou que está pensando, mas não sabe como, porque acha os portais muito caros ou muito complexos. E principalmente atrair o pessoal que vende produtos ligados à arte, cultura, produtos usados, colecionáveis, antiguidades, produtos exclusivos que não tem muita margem e os portais acabam comendo todo o lucro”, afirma João Luís.
Criado e desenvolvido em Curitiba ao longo de três anos, o site da Sambay é integrado com todas as formas de pagamento e diversas opções logísticas, à livre escolha do comprador. É possível gerar nota fiscal online e etiquetas para postagem de forma simples. Montar a loja virtual também é fácil, com o preenchimento de uma única página. Exclusivo da Sambay, o botão da pechincha permite que o comprador sugira outro valor e feche a compra na mesma hora.
No momento, o marketplace que completa um ano de existência está em fase de angariar vendedores para, em seguida, investir na exposição do site aos compradores.
A ararinha e o Zequinha
O nome Sambay vem da junção dos termos Samba e Bay. “Queria algo assim bem forte e marcante, com raiz brasileira, mas que eventualmente possa ser utilizado por estrangeiros. O nome tem origem no samba que é algo genuinamente brasileiro, na verdade, afro-brasileiro. Precisamos resgatar essa raiz e mostrar um pouco do perfil do brasileiro, muito alegre, descontraído”, diz João Luís.
A arara canindé foi escolhida para o logotipo por ter as cores do Brasil, e foi transformada em uma personagem interativa. O idealizador da Sambay queria um portal com interação: “Não queria aquele portal frio que a pessoa entra, compra alguma coisa, sai e só volta nele quando ela quer comprar mais alguma coisa. A ideia é ter uma recorrência, dar dicas, orientações, curiosidades, videos curtos e uma chamada para algum produto relacionado que esteja a venda.”
E foi na busca pelo ilustrador ideal para a mascote que João Luís e a Sambay abraçaram um novo desafio: resgatar um outro personagem. Ao chegar na casa do artista, o CEO se deu conta de que o ilustrador recomendado por um amigo era ninguém menos que Nilson Müller, o criador do palhaço Zequinha, versão de 1979, usada na campanha do estado para arrecadação do ICMS. O Zequinha de Nilson é a reinterpretação do personagem de 1928, que fez sucesso em figurinhas que embrulhavam balas.
Para trazer o Zequinha de volta, Nilson precisava registrar o personagem, mas algumas questões jurídicas o impediam. A Sambay abraçou a causa, conseguiu comprar de um colecionador um acervo de figurinhas e encontrou documentos que comprovaram que a versão de 1979 do palhaço era de Nilson. Resultado: o Zequinha voltou com tudo. Foram produzidos, vendidos e doados cerca de 50 mil álbuns e dois milhões de figurinhas.
Apoio à arte local
Por conta do sucesso do retorno do Zequinha, alguns ilustradores entraram em contato com a Sambay com o objetivo de relançar seus personagens. Foi o caso de José Aguiar, que segundo João Luís, o procurou para levar a personagem Malu a alcançar outros horizontes. “Achei espetacular, eu que tenho três filhas adolescentes, vendo o debate mundial que está acontecendo contra as redes sociais por conta da piora da saúde mental das adolescentes, meninas principalmente, por conta de padrões e tudo aquilo. E de repente ele tem uma personagem adolescente, filha de pais separados, com todos aqueles conflitos dela, mas com sacadas sensacionais”, conta o CEO. João e José começaram a conversar e dali saiu um patrocínio. “Sempre foi uma preocupação minha isso, não só essa questão de cultura, de apoiar a educação, mas de valorizar o que é nosso”, afirma o idealizador da Sambay Express.
Além de patrocinar a arte local, a empresa apoia projetos sociais como o Hospital Pequeno Príncipe, inclusive com 100% do lucro de alguns produtos. A responsabilidade social, de acordo com João Luís, está atrelada ao empreendimento.
Exato!!
A iniciativa da Sambay é motivadora é peculiar. Serve de exemplo. Excelente matéria sobre o empreendedorismo paranaense!
Muito interessante, diferente e com propósito.
Excelente matéria. Parabéns!
Ótimo portal e reportagem! Pessoal da Sambay express vem fazendo um excelente trabalho, desde de desenvolvendo uma plataforma animada e diferente das demais, e também, trazendo inúmeras vantagens aos vendedores locais, que acabam ficando refém de grandes empresas e taxas abusivas! Com certeza irão fazer muito sucesso!